LIM Educação

Definitivamente estamos na era da saúde mental e sempre vem a reflexão de como viemos parar nesse momento, com a sociedade a que pertencemos, na qual, apesar de chocante, ouvimos notícias de nenhuma valorização à vida humana já com ares de normalidade.

Evidente que, como educadora, acredito no poder da educação para a grande maioria dos males, assim como, para alguém que exerceu cargo de liderança, tenho o hábito de buscar onde erramos.

Imediatamente quando referencio minhas bases, vou a Vygotsky lá no século passado, que dizia que é na interação social que há desenvolvimento e aprendizagem, percorro mais um pouco e chego em Gardner com os neurocientistas, que trouxeram as janelas de oportunidades, mostrando que estamos aptos desde muito novos a performar em todas as múltiplas inteligências, inclusive a intrapessoal e a interpessoal, em nosso lobo frontal, com o sistema límbico se mostrando sensível aos estímulos de outros, do nascimento até a puberdade – falando apenas do período de maior abertura. E, por fim, me deparo com a BNCC, que traz como um dos campos de experiência EU, OUTRO e NÓS.

E hoje, já com o penhasco rente ao nosso pé, ouvimos mais e mais a palavra socioemocional, mas como diria o mineiro, “antes tarde, do que mais tarde.”

É na aprendizagem socioemocional que traremos a formação e os valores para nos preocuparmos com a informação das fórmulas de química e não ao contrário.

Ainda falando em aprendizagem, parte-se da premissa que essa só se torna significativa com a experiência, a vivência e a prática, então não existe a disciplina inteligência pessoal que apenas lê um texto isolado. É necessário haver mudança de hábito na escola e na vida diária.

A escola não é ensaio para a vida, é a própria vida. É ali que se vive as relações humanas, é ali que se cultiva amizades, é ali que se modela uma atitude, não na repreenda, mas na oportunidade de novos caminhos.

Quando vejo crianças com práticas respiratórias, com pausas para acalmar e relaxar, para que esse estado se potencialize em atenção; quando vejo reflexão sobre as emoções, buscando se conhecer melhor para lidar melhor consigo e com o outro; quando vejo oportunidades de resolver conflitos de uma forma diferente sem ser no corpo a corpo, opinando sobre a guarda do respeito e de que sua verdade não é a única, aí sim consigo voltar a acreditar que temos salvação como raça e que a educação de fato pode ser libertadora.

 

Por:

Adriane Imbroisi

Especialista em Inteligências Múltiplas e Aprendizagem Socioemocional



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