LIM Educação

As pessoas não nascem humanas, mas sim, com potencial de vir a ser. A tarefa de humanizar uma criança é da família e de toda a comunidade.

A humanização acontece quando se desenvolve consciência de si e do outro, sente-se pertencente ao mundo, dando sentido à própria existência; ao conhecer-se, expressar-se e criar uma comunicação com o mundo, construindo formas de viver.

Seja o professor, seja o familiar, todo adulto que se sentir verdadeiramente responsável em desenvolver, naquela criança ou naquele adolescente, competências formativas com o objetivo de torná-lo um ser humano melhor, é um educador.

 

Quais são essas competências?

São aquelas relacionadas às dimensões do humano: a sensibilidade, a espiritualidade, a afetividade, a desenvoltura reflexiva, as inteligências, o senso crítico, o autocuidado, todas que geram o desenvolvimento humano propriamente dito.

Assim, o educador, como mediador e comprometido intencionalmente na função de desenvolver esse processo, viabiliza que a criança ou o jovem, aproprie-se do conhecimento ofertado, apreenda os valores e possa se integrar à sua família e à sociedade em que vive, de maneira equilibrada e harmônica.

Uma família educadora é aquela que apoia, que cuida, que pergunta, que escuta, que direciona e redireciona, que pensa e repensa as situações do cotidiano familiar, dando contorno, limites e espaço para que as crianças e os jovens experimentem, façam, refaçam, perguntem, respondam, discordem, concordem e, ao serem ouvidas, aprendam a ouvir e a enxergar, para além dos sentidos.

É importante lembrar que a pessoa precisa se sentir aceita, em sua forma de estar no mundo e que a função da família educadora acontece nesta partilha, tanto afetiva, como de ideias e de afazeres. Uma criança não interioriza regras, se ela não se sentir fazendo parte; mesmo que não tenha maturidade para entender os motivadores de uma norma, ela aceita porque confia em seu educador.

Dessa forma, aprende que ela não resolve sozinha algumas questões; que ela tem educadores que cuidam dela; que é possível achar outras saídas, além do sim ou do não, do certo ou do errado, do bom ou do ruim; que, apesar de sentir-se muito frustrada com a negativa ao seu desejo, ela continua preservada.

O adulto educador faz sua função ao oportunizar que a criança aprenda a pensar de forma mais ampla, a nomear o que sente e pensa, a colocar-se no lugar do outro, a suportar a frustração do não; permitindo que desenvolva um modo de pensar sobre as situações abordando diferentes aspectos, tendo responsabilidades e comprometendo-se com o bem viver de si mesmo e do coletivo.

E você, se identifica?

 

Por:

Isabel Parolin

Psicopedagoga e escritora



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